"O ARTISTA" - Sem palavras!
Eu estava torcendo por ele! Assisti primeiro e amei "A invenção de Hugo Cabret". Um filme lindo, leve e profundo! Mas, ao assistir "O Artista", me apaixonei pelo filme!
Ambos tratam, em primeiro plano, do mesmo tema: a história do cinema, mas o fazem, de formas completamente diferente. Enquanto "A Invenção de Hugo Cabret" o faz com a última tecnologia de exibição, em 3D, o "O Artista", mostra que, com os recursos da época do início do cinema, mudo e em preto e branco, continua sendo possível prender a atenção, fazer rir e chorar, fazer refletir e... Até mesmo ser o grande vencedor do Oscar de uma época marcada pelo avanço tecnológico! Curioso notar que ambos trazem em seus próprios nomes a marca dessa diferença: invenção e arte!
Num plano mais reflexivo e profundo, ambos trazem, entre tantos outros, também um mesmo tema: a cura da ferida da alma. "A Invenção de Hugo Cabret", é menos sutil "o menino gostava de consertar coisas e pessoas".
Mas o grande vencedor vai muito mais longe, na riqueza de temas sobre os conflitos gerados nas famílias, nos relacionamentos humanos e na alma, nestes tempos de avanços tão rápidos na tecnologia voltada à comunicação e ao lazer. Se naquela época o cinema era um avanço, hoje temos, à mão, internet nos celulares, acessando redes sociais, o que potencializa as variáveis virtuais da comunicação humana.
Em minha visão, o principal tema paralelo do filme “O Artista" é a comunicação humana. É sobre o falar e o não falar.
Há outras formas de falar, sem palavras, mas é necessário parar de vez em quando para conversar.
É necessário acompanhar as mudanças do mundo, sem perder o que importante e essencial.
As redes sociais nos possibilitam encontros e reencontros, mas não devem ser utilizadas para substituir o tradicional encontro presencial, onde se pode abraçar, sentar, conversar olho no olho, “jogar conversa fora”.
É preciso saber dosar o uso de redes sociais, saber a hora de desligar a TV, o celular e o computador, para sentar e conversar, como nos tempos de antigamente, em que quase nada disso existia.
O grande tema do filme, para mim, é o retorno aos valores eternos e essenciais. A tecnologia e a globalização podem nos afastar da nossa família, da nossa essência, da nossa alma! Mas, bem utilizada, ela pode nos ajudar a estar mais perto das pessoas que amamos.
Com a democratização do acesso ao conhecimento, temos a democratização das oportunidades de ascensão econômica e social e o acesso aos bens de consumo. Mas nada disso preenche a necessidade básica do ser humano de ser amado e reconhecido, de sentir-se incluído no grupo das pessoas com quem se identifica. A tecnologia é a apenas um meio, não um fim em si mesma e a forma como a utilizamos é que vai fazer a diferença em nossas vidas.
É disso que, para mim, o filme fala. Dos reflexos do avanço tecnológico nas pessoas! Essa controversa “loucura” que estamos vivendo, que parece novidade, mas é coisa que sempre existiu!
Merecido prêmio! O filme "O Artista" do diretor Michel Hazanavicius é uma obra de arte! Coisa mesmo de artista!
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