O VAZIO QUE FICOU...

O vazio que ficou lhe fez companhia!

Depois de uma separação ou morte de uma pessoa querida, a sensação que me relatam é de um vazio. Fica um vazio na vida daquela pessoa.

As atividades que faziam juntos tornam-se um pesadelo, pela ausência do outro. Tudo lembra aquela presença. Tudo o faz reportar àqueles momentos de outrora felicidade.

Mesmo que seja uma felicidade do tipo: "eu era feliz e não sabia", quem fica só, ressente-se da ausência do outro. Mesmo que não tenha sido um relacionamento dos que se pode dizer que são felizes, a ausência do outro deixa um vazio.

A falta da companhia é sentida. Não só dos momentos bons, daqueles momentos em que, só de olhar um para o outro, ou só de ficar perto, mesmo em silêncio, se tem a certeza de que se é amado. Se tem a plena certeza de que, mesmo sabendo que essa vida é finita e os relacionamentos não são eternos, sempre terão um ao outro.

Dos momentos ruins, também a falta é sentida. Fica o vazio de não ter com quem brigar, de não ter com quem discutir, de não ter de quem discordar. Sim, sentimos falta do outro que nos instiga, que nos contrapõe, que nos faz pensar, que nos obriga a lembrar de que nem sempre temos razão, de que não somos deuses!

E é o vazio deixado pelo outro que, muitas vezes, faz companhia! É o lamento da ausência que substitui a presença. É a mágoa sempre lembrada que preenche os pensamentos.

Se a presença do outro supre a necessidade de nos sentirmos vivos, a sua ausência nos lembra, pela dor, que ainda mantemos a capacidade de sentir. Imagino que sequelados que não sentem o próprio corpo gostariam de senti-lo, mesmo que para poder sentir a dor.

É no remoer as mágoas, feridas que às vezes demoram a cicatrizar, que, muitas vezes, se encontra companhia. Ao invés de elaborar a perda, despedir-se do passado e abrir-se para novas experiências e relacionamentos, prefere a companhia da dor.

Essa, a dor, é fiel! Mesmo que, quando a mandamos embora, ela às vezes teime em ficar!

A dor só nos deixa quando permitimos que ela vá embora!

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