Já é Natal outra vez...

“Já é véspera de Natal!”, ela diz aflita! E vai se lembrando de tudo o que “tem que” fazer até lá! De tudo o que “tem que” comprar! As roupas de festas, os presentes, enfeitar a casa, pensar no tender e no peru! É preciso se preparar para as festinhas de fim de ano, comprar presentes para “os amigos ocultos”, marcar hora no salão...

Ufa!... Só de pensar dá canseira....

O Natal, que era para ser uma festa simples, religiosa, de paz e tranquilidade, passou a ser cansaço, obrigação, confusões familiares.

O ciúme vem à tona! A inveja e a competição tiram a paz e diminuem a auto-estima de qualquer um. Ganhar um presente pior do que aquele que se deu, é pensar no prejuízo, prometendo que essa será a última vez que participa do amigo oculto da empresa. Pior é que, se não participa, vai ser tachado de anti-social e não participativo... um selo de incompetência no ambiente de trabalho!

E os falsos “amigos” ocultos? - “Puxa... eu tinha que tirar logo aquele chefe cri-cri?” Compra o presente com medo de não agradar e faz cara de feliz na hora de entregar....

Tudo isso é Natal! O Natal do comércio, o Natal do fingir que se é amigo e feliz! Do fingir que está tudo bem! E, “porque a data é mágica, todos somos felizes e vivemos em paz...”

Mas... o que está por baixo do tapete?

Por baixo do tapete, escondido na sombra, tem inveja, tem ciúme, tem vontade de aparecer, tem medo de não ser amado!

Por isso “precisa” vestir as roupas mais bonitas, “precisa” enfeitar a casa, “precisa” dar presentes caros para mostrar que é “bonzinho”...

O resultado é a conta que vem no cartão de crédito...

Sim, porque um dia até inventaram o tal de 13° para cobrir todas as despesas do Natal! Mas hoje, o tal salário adicional, já é antecipado até mesmo para o início do ano, para cobrir as dívidas contraídas por causa do Natal do ano anterior...

Qual a raiz disso tudo?

O mal começa pela vaidade... Bem ao contrário da lição que o Mestre nos ensinou.

Ele nasceu humilde, num estábulo... em berço de palha...

Ele viveu de forma humilde e disse um dia: “se você está cansado, aprenda comigo: eu sou manso e sou humilde”.

A vaidade, ou seja, a falta de humildade, é que nos leva ao cansaço: queremos aparentar aquilo que não somos! Para isso, precisamos mostrar mais do que somos. Sentimos necessidade de presentear além de nossas possibilidades. Queremos gastar aquilo que não temos... precisamos trabalhar mais do que conseguimos, para ganhar mais dinheiro do que de fato necessitamos...

Daí é que vem o cansaço excessivo e a necessidade de, muitas vezes, trabalhar naquilo de que não gostamos...

Afastamo-nos assim de nossa vocação, do propósito de nossa alma... do nosso Si mesmo... do nosso Ser!

O Natal vem para nos lembrar de que não precisamos de nada disso...

O Natal lembra o Presente do Criador para toda a humanidade: não precisamos ser mais do que somos, pois Ele nos ama tal como somos!

Todos temos falhas e imperfeições. O eterno conflito entre o querer fazer o bem e o não conseguir, nos faz conscientes da necessidade de algo além daquilo que conseguimos conquistar sozinhos.

Mas pela Graça de Deus nos tornamos merecedores de participar de seu Reino. Pelo sacrifício de seu Filho, o Cordeiro de Deus!

Aquele mesmo, o menino que um dia nasceu em Belém!




Que Neste Natal, a paz que Ele nos oferece possa invadir o seu coração!

Dulcinéa Cassis
Natal de 2009

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