Já voLLtei do RRRiiiiiio GrrAAANNNdEEE !!!!!












Neste último fim de semana aconteceu o lançamento do livro “Bola de Cristal e Varinha de Condão” na cidade de Porto Alegre.

O evento foi muito bem organizado pela Carina, da Livraria Saraiva do Shopping Iguatemi e muito bem divulgado pela amiga Lucélia, da agência de viagens, a Poltrona 1.

Participei do Programa Gauchesca na Radio Rural da RBS, num bate-papo gostoso com a simpática Luciana Fagundes e com o Bruno Monteiro

O Bagre Fagundes, publicou uma nota sobre o lançamento do livro em sua coluna no Diário Gaúcho. Senti-me muito acolhida, quando ele me chamou de “gaúcha emprestada”. . No Rio Grande do Sul Os Fagundes são referência na promoção da cultura gaúcha.

Fechei minha estadia em Porto Alegre, participando do galpão do Dorotéo Fagundes no programa Galpão do Nativismo da Radio Gaucha

Na roda de conversa, muito informal, que ia ao ar para todo o Rio Grande e este vasto Brasil, o Dorotéo me perguntou porque, em minha opinião, atualmente as pessoas precisam tanto de psicólogo.

Respondi prontamente, sem nem pensar muito: é porque elas não tem tempo para conversar... lembrei da minha última crônica, a Roda de Chimarrão, em que ressalto esse saudável costume gaúcho de sentar para conversar.

Hoje acordei pensando em escrever mais sobre esse tema: a conversa. Até já publiquei uma crônica no livro sobre a “Papoterapia', onde escrevi sobre os benefícios de se ter sempre alguém para conversar. Não é uma psicoterapia, com todo o conhecimento que possui um profissional, mas é terapêutico, ou seja, atua na preservação da saúde mental, emocional e, consequentemente, na saúde física de todas as pessoas.

Há pessoas que não têm com quem conversar. São pessoas que vivem isoladas de outras. Isso é muito comum na velhice, quando as pessoas já estão aposentadas, os filhos já construíram as suas vidas, alguns se separaram de seus cônjuges, outros ficaram viúvos. Com esforço, poderiam se incluir em algum grupo de convivência.

Mas há aqueles que, mesmo ainda mais jovens, também se isolam, voluntaria ou involuntariamente. Muitas vezes até gostariam de se incluir em algum grupo, mas não conseguem pela própria timidez.

Outros vivem solitariamente porque se acham melhores do que outras pessoas e não encontram,em sua visão, “pessoas suficientemente boas que mereçam a sua companhia”. São pessoas soberbas, que se acham melhores do que os outros. Esses sempre ficarão sós...

Mas a grande maioria das pessoas, apesar de participar de vários grupos, como o de trabalho, a família, grupo religioso, grupo esportivo etc, mesmo estando sempre cercadas de pessoas, podem sentir-se solitárias.

Sentem-se solitários porque conversam sobre coisas banais, superficiais, mesmo em família. Não há espaço em suas vidas, ou não existe a habilidade e o costume de uma conversa profunda, de falar sobre seus sentimentos mais íntimos, seus medos, suas angústias, suas pequenas alegrias pelas conquistas que, aos olhos de outrem, podem parecer coisas pequenas, mas que, para ele, é muito importante.

Dessa forma, as pessoas, mesmo convivendo na mesma casa, e até mesmo, dormindo na mesma cama, deixam de se abrir totalmente para o outro, não encontram um espaço para a comunicação profunda, verdadeira, confortante, acolhedora. Essa, para que se torne hábito e constante em sua vida, precisa ser cultivada.

É preciso, primeiro, estar aberto para que a comunicação profunda aconteça. É preciso querer se abrir. É preciso querer ouvir o outro. Parece simples, mas a maioria das pessoas não sabe ouvir. Quando o outro começa falar ele pensa que já sabe o que o outro quer dizer e vai logo respondendo, ou pior, criticando.

Outras vezes quando o outro começa a falar algo que já falou, é logo cortado. A fala repetida é muito comum, principalmente com o avançar dos anos e (segundo os homens) é comum na mulheres. A fala, nesse caso, não tem o objetivo de informar, mas tem o objetivo de reviver a emoção.

Quando estamos alegres, queremos contar para todos o motivo de nossa alegria. Quem é que se torna avô e não sai por aí, contando as gracinhas do neto para todo mundo? Eu tenho alguns amigos que estão estreando nesse papel de avós...não é soberba! Não é orgulho! É curtição daquela criaturinha tão linda ... é a fala repetitiva para expressar a emoção.

Repetimos a fala, também, quando estamos com raiva.. alguém nos cortou no trânsito ou nos fez outra coisa ruim, por exemplo. Contamos várias vezes para esvaziar a raiva, para nos sentir aliviados.

Às vezes estamos tristes... nesses casos, nem sempre repetimos, mas nos fechamos, esperando o outro perceber que estamos tristes e que venha ao nosso encontro...

Enfim...há muito o que se falar e escrever sobre a comunicação.... aqui dei apenas algumas pinceladas, inspiradas pela pergunta do Dorotéo....

Mas fica aqui a idéia de dar continuidade a esse tema.... a pedra angular da construção de todo e qualquer tipo de relacionamento!

Meu agradecimento aos gaúchos que me acolheram em sua “roda de chimarrão”.... Pra dizer a verdade, até nem tomei chimarrão dessa vez... mas, o mais importante, eu fiz... eu tive a oportunidade de conversar... conversei através do livro que levei, conversei nos programas de rádio, conversei com amigas queridas de lá....

Voltei com vontade de voltar!

Meu agradecimento, de coração aos queridos amigos gaúchos.....


Fotos:
À direita, a autora com a psicóloga Marta Echenique,da Federação Brasileira de Psicodrama e referência do Psicodrama em Porto Alegre.

À esquerda, a autora com a senhora Sirley Montana, da Federação das Mulheres Metodistas da 2a região e liderança metodista em Porto Alegre.

Presenças, dentre outras que abrilhantaram o evento e trouxeram muita alegria à autora.

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