FELICIDADE

O que é felicidade para você?

A pergunta, dirigida a todos os presentes, aconteceu não em uma igreja, nem em uma sessão de terapia, muito menos em algum curso de auto-ajuda. Era um grupo de amigos que passavam juntos um fim de semana. Lá pelas tantas cervejas e algumas horas, o mais etílico de todos, emocionado com a alegria da convivência entre amigos, propôs aquele tipo de "dinâmica de grupo". Todos deveriam definir o que significava felicidade.

Para uns era a busca, para outros o encontro. Podia ser intenção, ou um estado permanente. Um momento? Ou a sequência de momentos? Seria estar só? Seria estar com os outros? Seria estar com pessoas que a gente gosta? Seria encontro por acaso? Seria um convite inesperado? Seria apenas uma idéia?

Enquanto as opiniões se sucediam, falando cada um de si, de como sentiam aquele momento que parecia mágico, meus pensamentos viajaram por minha vida, pelos inúmeros momentos que passei em companhia de amigos e pessoas queridas. Nas viagens que fiz, nas buscas que realizei. Pensei nos momentos de tristezas e de alegrias. Pensei nas situações de conquistas e de perdas. Pensei nas perdas de pessoas queridas e de como essas faltas repercutiam em mim. Pensei na minha própria vida e no meu desejo e busca de felicidade.

Lembrei que um dia alguém me disse: "Eu já não estou mais buscando...eu já encontrei!" Quando ouvi aquela afirmação, muitos anos atrás, senti um misto de inveja, de desejo e de incredulidade. Como alguém poderia afirmar que já encontrou nesta vida o que tantos procuram?

De repente, naquela noite, entre amigos, percebi que eu também já não estou mais buscando. Pode parecer até, para quem lê essas linhas, um pouco de presunção de minha parte. Assim como eu outrora não poderia acreditar no que ouvia.

Posso explicar: as pessoas confundem felicidade com alegria. Alegria é uma emoção! Ninguém é alegre o tempo todo. Existem também momentos de tristeza, de ansiedade e de angústia.
Mas, Felicidade, do jeito que eu entendo e sinto, é um estado permanente da alma.

Antigamente eu achava que ser feliz era estar alegre e contente o tempo todo. Hoje sei que isso é impossível, pois a felicidade é subproduto do amor. Não do amor romântico que vem e vai. Mas do Amor maior que flui da alma. O Amor que vem do Criador. O amor que transcende barreiras, que crê, que espera, que suporta.... como o apóstolo Paulo bem descreve.

Para ser feliz é preciso amar. E quem ama muitas vezes sofre pelo outro. Quem ama esse amor universal não fica alegre quando vê um mundo onde existe sofrimento.

Por isso, para mim, a felicidade está muito mais próxima da paz do que da alegria.

É possível estar em estado de permanente felicidade! Quando contemplo a beleza do universo, quando sinto o amor fluir de meu coração, quando vejo o sorriso de uma criança, algo lá dentro de mim me diz que isso é felicidade.

Quem é feliz às vezes pode viver momentos de tristeza. Mas, com certeza, vai viver muitos momentos de alegria. Porém o sentimento mais perene e constante é a paz. A paz interior, independente do que está acontecendo fora. Não importa se a bolsa cai, se o dólar sobe, se estou sozinho ou acompanhado. Não importa se o meu carro é o último modelo, ou se nem tenho carro. Não importa se as pessoas que se ama não são do jeito que se gostaria que fosse.

O que muda na vida de quem decide ser feliz, é como essa pessoa se sente em relação ao mundo e às outras pessoas. Mesmo que esse mundo e essas outras pessoas não mudem.

Não é fora de nós que vamos encontrar a tão sonhada Felicidade. Não é nas pessoas, não é nos bens materiais, não é no sucesso profissional, não é nas igrejas, não é na política, nem na economia mundial. Não é na maternidade, nem na paternidade, não é só na saúde, nem nas realizações.

Tudo isso pode ajudar. Mas só dentro da gente, em contato com nosso Eu mais profundo. Só em contato com o nosso Self, nossa Essência Divina, vamos sentir essa sensação interna que todos buscam: a Felicidade!

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