FALANDO SOBRE PEDRAS...

Falando ainda sobre pedras. Agora um pouco mais sobre as “pedras preciosas”.

Tem gente que gosta de guardar um tipo de pedras preciosas. São pessoas que estão sempre buscando aprender sobre si, aprender sobre o mundo, aprender sobre as outras pessoas.

São pessoas que estão sempre lendo sobre comportamento humano, participando de cursos e assistindo palestras que servem para se conhecerem mais, tornarem-se pessoas melhores e tornarem o mundo melhor.

Só que, em vez de usar essas pedras preciosas, ficam guardando todas elas num cofre bem fechado. Como aqueles que possuem muitas jóias, mas não as usam por medo de serem roubados, há pessoas que guardam todo o conhecimento sobre comportamento e relacionamentos humanos debaixo de sete chaves. Assistem a palestras, lêem livros e até os recomendam para outras pessoas, mas, ao invés de usarem esses conhecimentos para se tornarem pessoas melhores, guardam esses conhecimentos, trancam em cofres e esquecem o segredo ou perdem a chave.

Há aqueles que usam essas pedras preciosas, mas não em si, para se enfeitarem; usam para atirá-las em outras pessoas, para machucá-las. São pessoas que tudo aquilo que aprendem, logo percebem que pode ajudar outras pessoas, mas não percebem que aquilo tem a ver consigo mesmas. Então, na primeira oportunidade, quando o outro faz algo que não lhe agrada, lá vem pedrada... de "pedra preciosa"! São mestres em citar chavões comuns, dar conselhos e interpretar o comportamento do outro, sem perceberem que, na realidade, aquele aprendizado era mais para si mesmo do que para qualquer outra pessoa.

A outra pessoa, no caso, nem sempre está preparada para receber aquele aprendizado que, sem dúvida, é muito importante, mas ainda não seria a hora de entender aquela lição. Tudo tem o seu tempo certo! Há momentos em que aprendemos através da dor. A dor de uma separação, por exemplo. São momentos que podem ser transformados em oportunidades de crescimento, mas é preciso primeiro curar a dor, para depois entender o seu significado e transformar a dor em aprendizagem e crescimento. Mas o outro, que muitas vezes quer ajudar, tenta antecipar esse aprendizado àquele que está sofrendo e, ao invés de ajudá-lo a crescer, provoca mais dor ainda e não adianta nada, pois o outro não vai absorver aquele aprendizado. A pedra, mesmo preciosa, sendo atirada na hora errada e com muita força, em vez de ser um presente para alegrar, passa ser uma pedrada para machucar.

E a pessoa que vive colecionando suas "pedras preciosas" para atirá-las nos outros, mesmo na hora da dor, não usufrui de sua coleção, pois, afinal, ao invés de se enfeitar com suas "pedras preciosas" e se tornar mais bonita, acabam dando muito trabalho para serem guardadas e carregadas, e muita dor quando são atiradas no outro.
Em vez de lapidar as pedras brutas e transformá-las em pedras preciosas, transformam pedras preciosas em pedras brutas, que ao invés de brilhar, podem até mesmo matar...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

"O Casamento está morto. Viva o casamento! - Resenha

A LIÇAO DO BEM-TE-VI sobre a culpa e a falsa culpa