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Mostrando postagens de julho, 2008

QUANDO O SOL SE PÕE...

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Quando o sol se põe em nosso horizonte, ele está nascendo em outro lugar. Se ficarmos parados, o nosso sol vai embora e demora para voltar. Para vê-lo retornar é preciso girar 180 graus. Mas se quisermos sempre andar na luz do sol... precisamos sair do lugar.

NAS ASAS DO CÉU

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A mãe recebeu a notícia e chorou. O filho estava doente. Muito doente. Gravemente doente. Não era o seu filho. Mas era um filho. O filho da amiga. Ligou para a amiga, a mãe do menino doente. A mãe do menino doente estava triste. Muito triste. Pediu que rezassem. A mãe do filho sadio ficou triste, muito triste. O seu menino não estava doente, mas o menino da amiga estava. A mãe do filho sadio reuniu outras mães para rezar. Não sabia puxar a reza. Mas outra mãe de menino sadio puxou o terço católico, acompanhada por outras mães que rezavam cada uma o seu terço. Não importava o jeito de rezar. Todas as mães rezavam pelo filho doente. Não importava de quem. No outro dia a mãe do filho sadio recebeu a notícia: Seu filho sadio partiu. Recebeu o que pedia que não acontecesse a ninguém. Todas as mães de filhos sadios e de filhos doentes agora choram. Choram pelo filho da amiga. De tanto ouvirem as suas histórias, sentem como se fossem um pouco mães daquele filho também. Choram pela dor da amig

A REZA DO AMOR

O apelo chegou pela internet: O filho de uma colega está com uma doença grave. A mãe, aflita, pede que rezem... Imediatamente, o grupo se mobilizou. Alguém sugeriu o local, o dia foi acertado. E quem iria "puxar a reza"? Alguém logo se prontificou. Eu conheço os pais do menino, que não sei se hoje já é rapaz. Fiquei triste e preocupada. Doença de filho mexe com a gente, mesmo que não seja alguém de nossa convivência. Colocamo-nos no lugar dos outros. Quem tem filho sabe disso. Quem não tem, imagina. Morte de filho, então, nem pensar... deve ser a dor mais doída que tem. Deve ser por isso que Deus - acredite você nisso, ou não - deu o seu próprio Filho por nós. Mas há situações tristes que nos trazem grande lições. O que eu achei bonito disso tudo, foi a mobilização para a reza. Se fosse um grupo que eu conhecesse de alguma igreja ou qualquer outro grupo religioso, não seria de se estranhar. As congregações tem mesmo esse papel: de cuidar, apoiar, interceder, consolar uns aos

O FRIO DE BRASÍLIA

Nunca vi Brasília tão fria assim. Fria de temperatura, eu falo. De alma, ela já foi fria um dia, mas agora não é mais. Frio como esse em Brasília, eu só me lembro quando cheguei aqui, no início dos anos 60. O acontecimento maior dos meses de frio, era a Festa dos Estados - que naquela época era "dos Estados" mesmo - onde se podia comer aquilo do qual se sentia saudade, comidas da terra de cada um, agasalhados com "japona", luva e touca. Os lábios ficavam rachados e as pernas com a pele tão seca, que formavam desenhos com as linhas das rachaduras. Mas há muito não fazia frio assim por aqui. Era frustrante comprar casacos e botas e guardá-los até mesmo sem usar. Hoje as lojas já sabem - e a gente também - e fazem a liquidação de inverno, antes do outono terminar. Com a Lei Seca, então, ninguém mais quer sair de casa. O bom é que hoje tem delivery de tudo. Até de sexo, ouvi dizer. É possível pedir de tudo, que o motoboy - coitado - vem depressa trazer. Quem é solteiro

AS ESQUINAS DE BRASÍLIA

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Estou lendo PARA NÃO ESQUECER , livro de crônicas da Clarice Lispector. São aquelas crônicas de "fundo de gaveta". Aqueles escritos e rabiscos que se escreve para não esquecer a idéia que vem na cabeça, na hora e num lugar qualquer onde se está. Pode ser no guardanapo do bar, ou no caderno, durante uma aula enfadonha. . Mas o fato é que escritor que é escritor não pára nunca de escrever. As idéias surgem como olhos d'água, daqueles que a gente tem muito em Brasília, que não pedem licença para escolher o lugar onde querem nascer. E aí vão nascendo e, de um pequeno filete que brota na terra, acabam virando um córrego, que se transforma em rio e vai para o mar. Eu me lembro bem de quando eu era criança, logo no início de Brasília. Todos os parentes queriam conhecer a Nova Capital. O ponto turístico obrigatório era o Catetinho, primeira morada aqui de JK. Lá tinha um olho d'agua. Foi lá que aprendi o que era um olho d'água. Outro dia fui lá. Não tem mais olho d'ág

Lançamento do livro El Caudillo.

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O convite chegou-me por e-mail: lançamento do livro El Caudillo , perfil biográfico de Leonel Brizola, escrito pelo jornalista Francisco Leite Filho. Conheci Leite Filho circulando pelo Cine Academia e pela Livraria Cultura, por onde circulam intelectuais e cinéfilos. Um dia ele me deu seu cartão com o convite para visitar o seu Blog: Café da Política . Mesmo não sendo eu muito ligada à política partidária, gostei do Blog. Não sou muito chegada - tenho meus motivos pessoais - ao que se diz "política", referindo-se à política partidária. Admiro, sim, políticos, no sentido amplo da palavra, pessoas que sabem a arte política: do relacionamento interpessoal, profissional e até partidário, se esse for o caso. Partido para mim é palavra feia, palavra que parte, que separa e divide. Gostei, sobretudo, da idéia de escrever, eu também, um Blog. E foi assim que surgiu o Caminhos TanGENTES, "apadrinhado" pelo Café na Política, com as preciosas dicas iniciais do jornalista Lei

JÁ QUE NÃO DÁ PRA BEBER...

E o tema da Lei seca continua... Na sexta fui à Livraria Cultura para comprar um livro que eu havia encomendado e acabara de chegar. Eu estava tão ansiosa para lê-lo que nem percebi o mal escolhido horário para me aventurar naquela demorada viagem da Asa Sul, onde me encontrava, até o Casa Park. Como já não bastasse ser tão longe, ir até lá nos obriga a transpor as obras de ampliação da pista que, espero, façam algum efeito. Demoram tanto com as tais obras (acho que para o eleitor perceber melhor o "trabalho" do atual governo) que, me parece, ao serem concluídas, no ritmo do aumento de veículos no DF, corremos o risco de a tal duplicação não fazer nenhum efeito. Brasília já não é como antigamente, quando gastávamos, no máximo, presumíveis 15 a 20 minutos para chegar a qualquer lugar. Faço questão de espalhar essa notícia para todo o Brasil, para que nenhum desavisado resolva sair do Rio ou São Paulo em busca de qualidade de trânsito. Não venham para cá, não, gente... fiquem p

FALANDO SOBRE PEDRAS...

Falando ainda sobre pedras. Agora um pouco mais sobre as “pedras preciosas”. Tem gente que gosta de guardar um tipo de pedras preciosas. São pessoas que estão sempre buscando aprender sobre si, aprender sobre o mundo, aprender sobre as outras pessoas. São pessoas que estão sempre lendo sobre comportamento humano, participando de cursos e assistindo palestras que servem para se conhecerem mais, tornarem-se pessoas melhores e tornarem o mundo melhor. Só que, em vez de usar essas pedras preciosas, ficam guardando todas elas num cofre bem fechado. Como aqueles que possuem muitas jóias, mas não as usam por medo de serem roubados, há pessoas que guardam todo o conhecimento sobre comportamento e relacionamentos humanos debaixo de sete chaves. Assistem a palestras, lêem livros e até os recomendam para outras pessoas, mas, ao invés de usarem esses conhecimentos para se tornarem pessoas melhores, guardam esses conhecimentos, trancam em cofres e esquecem o segredo ou perdem a chave. Há aqueles qu