O VERDADEIRO PARAÍSO


Amanheci na casa de campo! Abri a janela e olhei as montanhas que me elevaram o espírito e alimentaram a minha alma! O ar puro das montanhas encheu meus pulmões, renovando e purificando meu sangue, pulsando vida em todo o meu Ser!

O convite era antigo! O casal amigo, a Leda e o Prado, sogros da minha filha, aposentados, construíram essa casa dos sonhos, incrustada na montanha। Daqui se pode observar e contemplar o que há de mais belo na natureza। Eles passam parte de seu tempo assim। Eles têm parentes e amigos que moram perto, mas os filhos estão em Brasília, a mais de mil quilômetros !

Eu ficava pensando porque tem gente que se dá a esse “trabalho” de construir uma casa tão longe de casa, para ficar tão longe dos seus. Por que sair do conforto do apartamento, da segurança de estar onde se sabe tudo o que se tem? Por que ter trabalho e despesa de manter duas casas? Por que é que se busca tão longe, algo que eu não sei o que vêm buscar?

Eu pensava, pensava e não entendia o porquê. Eu não entendia o porquê é porque não tem porquê! São coisas da alma que busca na contemplação da beleza a sua origem na criação! Busca a lembrança esquecida do tempo que não tinha tempo nem hora, nem compromisso, nem porquês.

Do tempo que não tinha o “tem que”. Que não tinha o que fazer, porque o que precisava já estava ali: pronto para ser usufruído.

Essa é uma lembrança muito antiga que está registrada em nosso inconsciente mais profundo. Que se resgata quando a gente vê e contempla toda a beleza da criação.

Lembro da crônica do Rubem Alves, “Fazer Nada”, e da vontade que tenho de ficar assim, contemplando, sem fazer nada!

Lembro do salmista, que “eleva os olhos para o monte” e diz: “Os céus proclamam a Glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos”.

Não existem porquês!

Existe a alma que encontra na contemplação da simplicidade e beleza a recordação milenar daquele tempo em que tudo era harmonia entre o Homem, a Criação e o Criador!

O Verdadeiro Paraíso!


Aos amigos Leda e Prado, minha gratidão por esta oportunidade!

Comentários

  1. Querida Dulcineia,sou lá das Minas Gerais. Muito pequena saí de lá. Como voltava sempre nas férias, achava que a felicidade que me inundava era por rever os primos e tios. Depois descobri que não era só isso.Compartilho com você a sensação de prazer que inunda a alma ao ver aquelas paragens. A imensidão e o sossego toma conta da gente. beijinhos, Tania

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