Sobre "Fazer terapia"....

O Blog completou ontem uma semana. Tem sido uma experiência muito gratificante, na medida em que as pessoas que lêem refletem sobre sua própria vida e seu processo de desenvolvimento pessoal. A proposta do blog é um processo de retroalimentação, e isso acontece na medida que o retorno, através dos comentários, inspiram outros artigos.
Recebi um e-mail, que transcrevo alguns trechos, para socializar sua resposta, pela importância do tema colocado.

Leitora:"Gostei muito!"

Dulcinéa: Fico feliz!

Leitora: "Fiquei bastante mexida com os assuntos tratados (... ) Sempre me lembro que um momento muito importante pra mim foi quando comecei a trabalhar minha individuação, no relacionamento com minha mãe, na terapia. Como foi importante!
Hoje, encontro-me em outros momentos da minha individuação e de fato, sinto falta da terapia. Ainda não consegui me organizar financeiramente pra voltar. Mas tenho muita vontade, e mais do que vontade, necessidade de voltar! (...) Os textos tem me ajudado!"

Dulcinéa: a intenção do blog é essa mesma, possibilitar a reflexão, mesmo sem estar presente no setting físico terapêutico, mas ampliar esse espaço virtualmente. A psicoterapia é um espaço de acolhimento, escuta e elaboração desses conteúdos, e deve ser conduzido por profissionais preparados e credenciados para o exercício da profissão. A proposta do blog não é substituir a psicoterapia, mas promover reflexões. No caso de dificuldades financeiras, as instituições formadoras oferecem o serviço de psicoterapia aberta à comunidade por preços acessíveis, ou gratuitamente àquelas pessoas que realmente não possuem condições de pagar. O que, aliás, deveria ser oferecido pelas instituições públicas de saúde. Se isso não acontece, não é por falta de profissionais formados no mercado, mas por falta de políticas públicas que priorizem à assistência integral à saúde. Uma oportunidade de submeter-se à psicoterapia com um profissional experiente por um preço acessível é a Psicoterapia em grupo. Algumas pessoas tem resistência inicial ao grupo de terapia, mas, ao ser inserido em um grupo bem conduzido, onde há contrato de sigilo entre todos os seus membros, perdem o medo inicial e percebem a experiência como extremamente enriquecedora, pois possibilita o compartilhar dificuldades comuns a todo ser humano. Uma outra forma de trabalhar-se também é através de seus próprios sonhos e o processo de Imaginação Ativa. Uma leitura recomendada para ajudar nesse processo é o livro "Imaginação Ativa" de Robert A. Johnson (antigo "A chave do Reino Interior"). Mesmo assim, é um processo que requer alguns cuidados, recomendados no próprio livro. De qualquer forma, vale também compartilhar suas reflexões com alguém maduro, e de sua confiança, não para obter "conselhos" nem "interpretações", mas apenas para ser ouvido. Por último, cabe também fazer uma reflexão, se a falta de condições financeiras, não é uma forma de manifestação da resistência ao processo de psicoterapia. Psicoterapia não é um "luxo" e nem sempre é uma necessidade, mas com certeza é sempre um investimento na sua pessoa, no seu desenvolvimento pessoal. Quando nos conhecemos melhor temos mais facilidade de nos relacionar conosco e com o outro. Amplia-se nossa competência e oportunidades de trabalho e ascenção profissional. Autoconhecimento é uma das competências essenciais no atual contexto das organizações de trabalho. O retorno sempre será positivo e altamente gratificante.
Meu afetuoso abraço,
Dulcinéa

Comentários

  1. É mesmo um absurdo as dores emocionais serem tratadas com tanto descaso. Coitado de quem sofre e não tem dinheiro. Conheci outro dia uma mulher que mora na Vila Estrutural. Até eu que sou apenas leiga no assunto pude ver que ela está em depressão. Fazer o quê? Médicos e terapeutas são caros, os remédios custam um absurdo, e a mulher continua sofrendo. Isso é muito triste. Engraçado e triste é quando as pessoas ficam sabendo que uma outra faz terapia. É como se ela estivesse indo para a Europa ou comprando roupa na Daslu. E isso acontece entre pessoas esclarecidas... Triste mesmo. Claudia.

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