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Crepusculo da Vida

Os raios solares pintam com contrastes e cores o céu no crepúsculo, trazendo lindas cores, enquanto as sombras da noite caem sobre a cidade. Envelhecer também é um crepúsculo da vida. Depois de tantas realizações, depois de toda uma vida, é como se, tomados por uma aquarela, misturamos as cores do que já vivemos, tornando nosso quadro cada vez mais belo. No momento que nos aproximamos do fim desta vida, as reflexões são bem-vindas. Não para que tragam remorsos, mas para nos perdoar do que fizemos de “errado” considerando tudo, como parte de nosso caminho. É momento de agradecer pelas realizações, por todas as dádivas. É momento de apreciar tudo o que nos fez pertencentes à criação. É momento de reconhecer, se ainda não o fizemos, o divino dentro de nós. Transcender! É a fase de vida de colher os frutos de nossa existência!  

FLAMBOYANT DO AMOR - REFLEXÃO SOBRE OS ANTEPASSADOS

Quando vejo os flamboyants floridos, lembro que um dia perguntei a minha mãe que árvore ela queria que eu plantasse na chácara para ela. Uma flamboyant, ela respondeu! E assim, pelo resto de minha vida, sempre que chega a época do flamboyant florescer, vou lembrar de minha mãe. E lembrar de minha mãe, não é lembrar apenas de minha mãe! Lembrar de minha mãe é lembrar, principalmente,  de seu legado para mim. Lembrar de minha mãe é lembrar dos valores que dela recebi. É lembrar de sua fé! É lembrar de Amor! É lembrar dos valores essenciais da vida.  Os ritos aos mortos tem esse papel. Os mortos, acredito, não necessitam tanto de nossas orações, quanto nós precisamos de lembrar que eles existiram entre nós e nos deixaram seus ensinamentos. Nesta semana em que se aproxima o dia que lembramos os nossos mortos, é bom lembramos  deles refletindo sobre o que é vivo em nós daquilo que ele nos deixaram.  Há coisas boas na herança de nossos mortos. Heranças que nos fazem

ADELINO CASSIS - Biografia

Publico aqui no blog a biografia de meu pai,  Adelino Cassis, que faria 100 anos em 23.09. 2022. Fica aqui minha homenagem! Adelino Cassis foi o mais importante dirigente sindical bancário de Brasília antes do golpe de 1964. Cassado, preso e demitido do Banco do Brasil, passou por grandes dificuldades para manter a sobrevivência da família, voltando a desempenhar papel fundamental no movimento de retomada do sindicato a partir do final da década de 1970.   Filho de Miguel e Zahia Cassis, imigrantes libaneses que se estabeleceram em Catanduva, interior de São Paulo, Adelino nasceu no dia 23 de setembro de 1922 na cidade de Araraquara, SP. Aos 19 anos tomou posse no Banco do Brasil em 2 de Maio de 1941, durante a ditadura Getúlio Vargas, em plena segunda guerra mundial,  no ano antes de o Brasil declarar guerra à Alemanha Nazista. Começou cedo sua militância sindical e política como membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Não se sabe ao certo o que aconteceu primeiro, se sua adesão

O PAI QUE VIVE DENTRO DE MIM

  O tempo passa depressa. E já faz quase dez anos que meus pais se foram. Eles partiram para uma dimensão de luz, de paz, de eternidade, pelas pessoas iluminadas que foram aqui entre nós. É interessante, o que sinto... não posso dizer que é saudade, pois   parece que   a presença deles permanece sempre, como se estivessem aqui ainda, todos os dias. As lições e palavras sábias de minha mãe ficaram tão   gravadas em minha memória e em meu coração, que lembro sempre delas, principalmente em tempos de dificuldades, como a que estamos passando agora, em tempos de pandemia. Sempre que preciso ter fé e resiliência, pois que, na época da ditadura ela nos alentava com suas palavras de esperança, sempre fazendo-nos frequentar a igreja. Lembro dela também sempre que cozinho ou faço os serviços domésticos, pois foi ela que me ensinou a cozinhar. Ela vive através de mim, e comigo pelo que ela me ensinou e pelo que eu aprendi com ela. Meu pai foi um líder sindical, perseguido na ditadura milit

TODAS AS VIDAS IMPORTAM

|Todas as vidas são importantes! A vida de quem tem pele preta, a vida de quem tem pela branca, amarela ou parda. A vida de quem tem pele de qualquer cor! A vida dos povos indígenas ou de quem é da cidade. A vida de quem planta, de quem colhe e de quem trabalha pra ganhar dinheiro pra comprar e comer o que o outro plantou e colheu. A vida de quem anda de onibus, de quem anda a pé, ou no lombo de animal, de canoa ou de carro, ou daquele que nem anda mais. A vida da criança, a vida do jovem, a vida do adulto e a vida do velho, também! A vida de quem faz sexo, do jeito que escolheu, com quem escolheu, por amor. A vida de quem faz sexo pra ganhar o seu pão, e de quem também não faz. A vida de qualquer, pessoa, de plantas e animais!  A vida de quem tem preconceito, e também de quem diz não ter! Todas as vidas importam! A gente tem que saber!

REFLEXAO DE FINAL DE ANO

Fazendo um balanço do ano que passou: minha palavra é RESILIENCIA! “  A  resiliência  é a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas”. Penso que não falo só por mim, mas pelo que tenho ouvido de amigos e clientes.  O ano de 2017 trouxe muitos desafios!  Para muitos, foi um ano de enfrentar frustrações, elaborar, resignificar e buscar caminhos alternativos.  Para outros, repensar necessidades, adequar-se à realidade.  Foi um tempo de se reinventar! Um ano de muitos aprendizados e vitórias!  Um ano de crescimento pessoal! Segundo Santo Agostinho, a paciência e a sabedoria andam juntas. Entendo que a resilIência também. Pois sem paciência nao há resiliência.  Para o Santo, a recompensa da paciência é a propria capacidade de ser mais paciente! O que ganhamos em ser pacientes, tolerantes? Nos tornarmos cada vez mais pacientes! O impaciente não resiste a frustraçoes...

BRASÍLIA 5.7

  Menina de sete anos, feliz, bonita faceira… Era o ano de 1967! Eu era adolescente, aluna do Ginásio Moderno, atual Setor Oeste. A saudosa diretora, “dona” Maria Aldina, poetisa, sempre fazia dessas: colocava-me a declamar as suas poesias. Essa, cuja continuidade não consigo mais lembrar, foi escrita em homenagem à Brasília, no seu aniversário de sete anos! Hoje, cinquenta anos passados, quando nossa querida cidade completa 57 anos, trago esta lembrança. Hoje, Brasília já não é mais uma menina. Brasília hoje, é uma mulher madura. Uma mulher sábia! Que pode contar uma história. Brasília, já não é aquela cidade pequena, de avenidas desertas, planejada para 500 mil habitantes. Passou muito longe disso! Naqueles idos anos 60, vivia em meio a um conturbado quadro político. A aparência de uma cidade tranquila, mas que chorava já pelos filhos adotados, que começavam a desaparecer. Brasília não tinha ainda uma história para contar. Brasília naquela época, ainda não tin